Resina Epóxi com nanopartículas magnéticas

Epóxi site editadaPermitir a auto-cicatrização de trincas em superfícies de tubulações de aço de difícil acesso é o principal objetivo do Processo de obtenção de formulações de compósito de resina epóxi com nanopartículas de magnetita funcionalizadas com poli (éteres) composto de hidroxilas terminais, formulações obtidas e uso. Desenvolvida pelos pesquisadores Edson Roberto Leite, Bruno Henrique Ramos de Lima, Ricardo Henrique Gonçalves e Renato Caio Lizzi, a patente, uma parceria entre UFSCar e a Petrobras, consiste em incorporar nanopartículas magnéticas em resinas Epóxi, um plástico termofixo que, devido à sua alta resistência química, é bastante utilizado como película de proteção interna de tubulações de processos industriais.


A ideia do invento é que as nanopartículas sejam incorporadas à resina de forma que, ao aplicar um imã (campo magnético), a própria Epóxi, e não apenas as partículas, seja atraída. Isso porque a proteção de tubulações pode sofrer rupturas e, dependendo do local, o acesso humano fica impossibilitado, dificultando a sua correção. Dessa forma, caso uma rachadura necessite de cicatrização, essa resina com nanopartículas magnéticas poderá ser inserida na entrada no tubo e, com um imã do lado de fora, conduzida até o ponto que se deseja reparar.


No entanto, para que haja restauração, é preciso que ocorra um processo de cura. Como resinas Epóxi são formadas por dois componentes que se misturam para formar um sólido, o procedimento envolve em um primeiro momento adicionar as nanopartículas em um dos elementos, misturar e então implantar no ponto desejado. Depois disso é feita a aplicação de calor, que fará o material endurecer e aderir ao local.


Outro ponto de destaque é que, para uma cicatrização adequada, é necessário que as nanopartículas inseridas na resina estejam no estado superparamagnético, o que significa que elas só se tornam magnéticas na hora em que se aplica um campo externo, como um imã. Caso as partículas sejam naturalmente magnetizadas, elas irão aderir ao metal ou umas nas outras, impossibilitando o transporte até a área trincada.


Edson Leite, coordenador da pesquisa, acrescenta que o invento também incluiu o desenvolvimento de um invólucro para permitir a conexão entre a resina e a nanopartícula, visto que enquanto a primeira é um material orgânico, a segunda é inorgânica. “Nós colocamos em volta da nanopartícula uma capa que irá fazer essa conversa. É também de um material polimérico, só que tem duas funções. Assim, a resina vai pensar que a partícula também é uma Epóxi e você conseguirá incorporá-la, magnetizando o material”, esclarece.