Recuperação de Metais

P2280217 reduzidaPara a obtenção dos mais diversos metais, como é o caso do zinco, cobre, níquel, cobalto, entre outros, é preciso extraí-los dos minérios presentes na natureza, o que requer diversas etapas como a dissolução ácida e eletrodeposição, num processo denominado de hidrometalúrgico. Atualmente, os processos convencionais utilizam eletrodos planos que requerem um amplo espaço físico e também apresenta inconvenientes com relação ao tipo de eletrodo. De outro lado, muitas indústrias químicas, como por exemplo as de galvanoplastia e eletrônica, geram em seus processos produtivos resíduos aquosos contendo metais tóxicos, os quais devem ser devidamente tratados antes de seu descarte a fim de evitar as pesadas multas impostas pelos órgãos ambientais competentes.

 

Uma patente desenvolvida no Departamento de Engenharia Química da UFSCar, denominada Sistema de Produção e Recuperação de metais por Eletrodeposição e Método e Produção e Eletrorrecuperação de Metais Utilizando dito Sistema, de Luís Augusto Martins Ruotolo, José Carlos Gubulin, Alexandre Argondizo e Pedro Henrique de Brito Costa, oferece uma alternativa para a extração, remoção e recuperação de metais com um custo menor e maior eficiência.

 

O sistema visa recuperar, através de um processo denominado eletrorrecuperação, os metais que estão presentes em meio aquoso na sua forma iônica. O metal é recuperado em sua forma mais nobre, a metálica, mais valiosa e que depois pode ser comercializado, gerando lucro. No caso dos processos hidrometalúrgicos de produção de metais, a tecnologia permitiria uma redução significativa da área física necessária para a eletrodeposição e também a substituição dos eletrodos planos levaria a uma redução significativa de custos. No caso do tratamento de resíduos aquosos, os processos convencionais utilizam a precipitação química do metal, que por sua vez gera um sólido, que deve ser encaminhado a aterros especiais, que são caros e que demandam custos. Neste segundo caso, um dos grandes diferenciais da patente com relação ao que existe é a recuperação do metal em sua forma metálica, a qual pode ser reaproveitada e comercializada.

 

O equipamento desenvolvido, um reator, difere-se por não ter eletrodos planos, que tem uma área superficial limitada. No lugar são utilizados eletrodos tridimensionais ou porosos, que são partículas condutoras onde o metal vai ser depositado, porém com uma área maior, o que evita a necessidade de grandes galpões e a redução de custos de produção, no caso hidrometalúrgico. No caso de tratamento de resíduos aquosos, o processo permite a recuperação do metal com baixo consumo de energia.

 

Além da aplicação em processos hidrometalúrgicos para produção de metais importantes como o cobre, zinco, níquel e cobalto, o reator também pode ser utilizado para recuperação de metais advindos de lixo eletrônico, de metais nobres advindos de catalisadores exauridos e no tratamento de efluentes que contêm metais pesados como o mercúrio e o cádmio, entre outros.