Vinhaça

Um processo biológico versátil para o tratamento da vinhaça, um efluente líquido resultante do processo de produção de álcool pela indústria sucro-alcooleira. Esse é o objetivo do Processo para o tratamento e redução da carga poluente de vinhaça e destinação econômica alternativa de subprodutos gerados, desenvolvido pelos pesquisadores Marlei Barboza Pasotto, do Departamento de Engenharia Química (DEQ) da UFSCar e Murilo Daniel de Mello Innocentini, René de Oliveira Beleboni, Reinaldo Pisani Júnior, Cristina Filomena Pereira Rosa Paschoalato e Katiuscia Carvalho Silva, da Universidade de Ribeirão Preto. A titularidade é da UFSCar e da Unaerp.

A vinhaça é um subproduto de elevado teor poluente para o meio ambiente. Atualmente ela é utilizada principalmente na fertirrigação do solo.

O processo biológico desenvolvido reduz de forma acentuada a carga poluente da vinhaça em pouco tempo e minimiza o seu caráter ácido, o que dispensa a necessidade de neutralização antes da disposição no solo. Com isso, tem-se a minimização das etapas posteriores para descarte e reuso da vinhaça. Paralelamente, o processo permite a produção de biomassa rica em polissacarídeos que apresentam potencial para serem secos e utilizados como complementação nutricional em rações animais ou para serem hidrolisados e convertidos em açúcares fermentescíveis (e assim serem reutilizados).

O tratamento pode ser realizado de forma aeróbia ou anaeróbia, sem controle apurado de pH ou de temperatura, em leito fixo ou fluidizado, em escala contínua ou em batelada, o que permite mais flexibilidade para o tratamento em grande escala.

Considerando que a estimativa de geração de vinhaça no Brasil é superior a 200 bilhões de litros por safra, o processo desenvolvido tem potencial para ser uma solução de baixo custo, versátil e com um leque amplo de retorno para o setor sucroalcooleiro.