Intervir – Sistema de Apoio e Gestão à Atividade de Ergonomia nas Empresas

Intervir
Um sistema especializado que define detalhadamente as informações relevantes e necessárias para acompanhar e tratar dados de funcionários em diversos postos de trabalho de uma empresa é resultado de um software desenvolvido pelos criadores Nilton Luiz Menegon, Wellington Fernando de Macedo, João Alberto Camarotto e Miguel Antonio Bueno da Costa do Departamento de Engenharia de Produção (DEP) da UFSCar. Através de processo padronizado, o Intervir – Sistema de Apoio e Gestão à Atividade de Ergonomia nas Empresas permite identificar demandas de ergonomia, verificando se elas requerem ação imediata, e cujas análises são passíveis de coordenação.


O software surgiu com o objetivo de desenvolver ferramentas próprias do campo da ergonomia que auxiliem no processo de análise das situações de trabalho, possibilitando sua gestão e permitindo que as empresas coorporativas tenham visibilidade do que está sendo feito. Para isso, o sistema integra módulos de análise que podem ser utilizados em conjunto ou separadamente, constituindo um sistema para diversas aplicações, como as pequenas modificações utilizadas pelas Unidades Municipais de Saúde ou SUS, visando o tratamento dos dados de morbidade de uma população com estratificações por idade, sexo, atividade profissional, tempo de serviço, dentre outros.


Enquanto ferramenta de trabalho, o Intervir acelera o processo de análise dos ergonomistas e possibilita o compartilhamento de informações em larga escala dentro de uma organização. Utilizados em conjunto, os sistemas fornecem uma solução completa de ergonomia para organizações que buscam fundamentar ações coorporativas. A limitação do programa é o fato de ser uma solução de ergonomia voltada para aplicações em grandes corporações onde são adotadas soluções integradas de gestão, já que é difícil uma organização utilizar um sistema como este isoladamente.


A ideia do software teve início aproximadamente no ano 2000, quando os criadores começaram a fazer projetos com empresa de correios e se depararam com a articulação de pessoas de diversas cidades do país trabalhando dados de milhares de funcionários. Por conta disso, eles começaram a desenvolver pequenos aplicativos, sendo um deles para gestão de afastamentos por razões médicas, no qual foi possível cruzar variáveis como sexo, idade, tipo de serviço, cargo, função etc. A partir daí, os criadores começaram a firmar parceria com empresa de aeronáutica que demandava homogeneidade nas análises e passou a desenvolver aplicativos para atender as necessidades de ergonomistas em campo.


O software possui vários módulos, dentre os quais o “Busca Ativa”, que procura identificar demandas de ergonomia numa dada organização a partir da perspectiva dos trabalhadores, servindo de instrumental para o ergonomista ir à campo; o módulo de “Absenteísmo”, que indica onde estão as tecnologias críticas, ou as populações mais afetadas pelas tecnologias operadas pela empresa; o “Módulo de análise”, que se trata de um conjunto de fichas que orientam a análise detalhada do ergonomista em campo, desenvolvidas a partir de uma metodologia de Análise Ergonômica do Trabalho (AET); e o módulo “Prover”, cujo protocolo de verificação de ergonomia foi desenvolvido em parceria com a Embraer, em que foram elencadas questões voltadas para a atividade.


Considerando que o software acumula todos os processos de ergonomia e permite sua recuperação, os aplicativos desenvolvidos pelo grupo possuem as mesmas estruturas metodológicas, mas são refeitos de acordo com demandas e características de determinada indústria. Assim, o sistema permite que se visualize tanto as análises já feitas quanto as soluções adotadas com a vantagem de constituir uma base de conhecimento alimentada de acordo com cada situação. Além disso, o sistema permite recuperar ações características de situações existentes e inseri-la num cenário futuro a fim de identificar problemas antecipadamente.


De acordo com um dos criadores, Nilton Menegon, o diferencial do Intervir, que levou mais de 10 anos para ser desenvolvido, é que não há, até o momento, nenhum software semelhante no mercado com know-how de conhecimento de programação e ergonomia, além da análise de atividade incorporada de maneira totalmente informatizada. “Tem outras ferramentas mais simples, menos integradas, ou mais pragmáticas. Tanto é que nós usamos isso no Brasil com empresas que, até hoje, não conseguiram incorporar algo parecido em seus sistemas”, explica o pesquisador.


Como resultado, Nilton afirma que o software é operacional e está disponível na UFSCar, pronto para ser operado por qualquer empresa através do site, onde eles pretendem criar uma área especifica com senhas e anotações. Por ser uma ferramenta de trabalho, para inserir as informações no software, o pesquisador deve ir a campo, fazer a coleta e o tratamento de dados e inserir essas informações no sistema. “Ele não elimina o trabalho de um ergonomista, mas auxilia e dá a agilidade neste processo”.


O criador explica que o software está disponível para os interessados e mediante a negociação contratual do o suporte operacional e recursos para a manutenção do PSPLab/DEP/UFscar.