Avaliação de Variáveis Cardiorespiratórias

DSC 0020 reduzidaCom o objetivo de trazer novas informações referentes à condição do sistema cardiorrespiratório durante a prática de exercício físico dinâmico (como caminhada e bicicleta, por exemplo), os pesquisadores Thomas Beltrame, Aparecida Maria Cataí, Luís Carlos Trevelin, Sávio Brochini Rodrigues, Audrey Borgiu e Silva e Marlus Karsten da UFSCar, em parceria com André Di Thommazo, Welington Pietronero, Renann Prado e Helton Henrique do IFSP desenvolveram o Software para Avaliação da Cinética de Variáveis Cardiorespiratórias. Seu propósito básico é disponibilizar no mercado uma forma de avaliação quase restrita ao meio acadêmico, servindo como ferramenta complementar para auxiliar no processo de prescrição de exercício físico, reabilitação cardiorrespiratória e treinamento esportivo.


Para disponibilizar uma interface simples, o software permite, através de alguns modelos matemáticos, avaliar um conjunto de dados obtidos durante a prática de exercício físico. Em comunicação direta com o Departamento de Matemática da UFSCar, os pesquisadores buscaram entender quais seriam os melhores modelos e algoritmos que caracterizariam um conjunto de respostas fisiológicas. A partir dessa caracterização, foi possível obter alguns índices que caracterizam o condicionamento físico. Após a etapa de determinação dos modelos e algoritmos, a implementação computacional foi realizada em conjunto com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia.


A ideia do software surgiu durante a Iniciação Científica, realizada pelo pesquisador Thomas Beltrame no Núcleo de Pesquisa em Exercício Físico do Departamento de Fisioterapia da UFSCar sob orientação de Aparecida Maria Catai. Na ocasião, os pesquisadores começaram a lidar com o tratamento de dados biológicos por modelos exponenciais complexos bem estabelecidos na literatura e verificaram que seria interessante disponibilizar esse tipo de análise aos profissionais da saúde não vinculados a pesquisa acadêmica. Após o ingresso no Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da UFSCar, sob orientação de Luís Carlos Trevelin e Aparecida Maria Catai, os pesquisadores decidiram amadurecer a ideia e dar continuidade ao projeto.


Thomas Beltrame explica que o diferencial desta tecnologia é que não há, até o momento, nenhum software utilizado exclusivamente para esta finalidade. “Os softwares existentes no mercado realizam esse tipo de avaliação, porém, há necessidade de treinamento em programação e computação avançada, o que distancia essa forma de avaliação dos profissionais da saúde”.


Levando cerca de dois anos para ser desenvolvido até a obtenção da versão beta, o pesquisador explica que os resultados do novo programa permitem análises do condicionamento físico de forma semelhante aos softwares existentes, mas de maneira mais simples, e possibilitando o manuseio por profissionais leigos. Entretanto, o software ainda não está disponível no mercado, pois segue em fase de testes para finalização. Mesmo após a obtenção da versão 1.0, os pesquisadores buscam licenciamento para sua comercialização junto a sociedade.