Agência de Inovação da UFSCar licencia tecnologia pioneira no mercado Fotoquímico brasileiro

A Agência de Inovação da UFSCar, órgão responsável pelo tratamento das questões de Propriedade Intelectual no âmbito da Universidade, realizou mais um licenciamento de patente de invenção no primeiro semestre de 2016. Dessa vez, o contrato foi estabelecido com a Delpho Instruments, uma empresa que desenvolve, produz e comercializa equipamentos de alta tecnologia para laboratórios científicos, usinas, indústrias, instituições de ensino e empresas de diversos setores. O contrato visou à comercialização da tecnologia “Reator Fotoquímico Inteligente”.

 

A tecnologia licenciada se refere a um novo conceito de Reator Fotoquímico, que utiliza tecnologia de LEDs (Diodos Emissores de Luz), capaz de irradiar até 8 comprimentos de onda distintos e intercambiáveis automaticamente e com largura de banda de emissão em torno de 50nm. A versatilidade funcional deste equipamento possibilita que ele seja configurado de acordo com a especificidade solicitada pelo cliente, com LEDs que abrangem o espectro de emissão eletromagnético do Ultra Violeta, Visível e Infravermelho, atendendo a uma grande gama de aplicações, tais como: Síntese, Análise, Tratamento de Águas Residuais, Água ultrapura, Tratamento de água potável, Farmacêutica e pesquisa cosmética, Medicina, Bebidas e indústria de alimentos.

 

O objetivo dos pesquisadores Alzir Azevedo Batista, do Departamento de Química da UFSCar, e João Fernando Possatto, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, foi produzir um equipamento nacional, diferente dos reatores fotoquímicos convencionais que possuem lâmpadas fluorescentes tubulares, que emitem banda de emissão luminosa larga e que também emitem radiação infravermelha que aquece o interior do reator, com a utilização da tecnologia dos LEDs que possuem uma alta eficiência na conversão em energia luminosa, não emitem radiação infravermelha e, portanto, não aquecem, além de propiciar a mudança para outros comprimentos de onda eletronicamente, sem a necessidade de substituição manual, como acontece nos reatores fotoquímicos tradicionais onde as lâmpadas precisam ser substituídas manualmente.

 

A empresa Delpho Instruments foi idealizada por seu diretor comercial, Almir Cardoso, que atua há mais de 30 anos no mercado com as empresas São Carlos Química e Neolab. Ao vislumbrar o potencial comercial do equipamento patenteado pela UFSCar e USP, o diretor criou a empresa Delpho Instruments para inserir no mercado o Reator Fotoquímico, tendo em vista que todas as tecnologias semelhantes encontradas em consultas internacionais são inferiores ao equipamento brasileiro.

 

Segundo o diretor da empresa, Almir Cardoso, além de não haver concorrência no Brasil, trata-se de um sistema em melhoria contínua, que pode ser modificado de acordo com a especificidade de cada cliente, o que possibilita a adequação e otimização de seus acessórios. “Trata-se de uma tecnologia inovadora totalmente brasileira e com potencial futuro de exportação, pois promete atingir o mercado mundial. Além disso, o seu custo de produção é um diferencial por ser mais baixo se comparado com o preço internacional”, declarou.

 

No momento, a empresa – que também comercializa outras tecnologias – já está vendendo o reator fotoquímico e investindo em sua divulgação para outros mercados além do acadêmico, especialmente no mercado privado de Fotoquímica, tendo sido contatada por empresas de capital aberto, como a Petrobras.

 

Para a diretora da Agência de Inovação da UFSCar, Ana Lúcia Vitale Torkomian, a comercialização de tecnologias desenvolvidas na universidade é uma das principais formas de se levar o conhecimento gerado na academia para o mercado, promovendo o desenvolvimento econômico efetivo. “A nossa meta é transformar esse conhecimento em riqueza, ou seja, possibilitar que os resultados de nossas pesquisas se transformem em produtos e serviços utilizados pela sociedade. Então para nós, o licenciamento é sempre o resultado principal”, finalizou.

 

DSC 0237 reduzida

Empresário da Delpho, Almir Cardoso, e os inventores Alzir Batista e João Possatto