UFSCar recebe mais um Certificado de Proteção de Cultivar de Alface

No último mês de março, a UFSCar recebeu mais um Certificado de Proteção de Cultivar de Alface (Lactuva sativa L.). A variedade denominada CCA 349 foi obtida com a participação dos melhoristas Fernando Cesar Sala, Cyro Paulino da Costa e Eduardo do Amaral e protegida em co-titularidade com a empresa Feltrin Sementes Ltda. A nova variedade dá sequência ao trabalho de melhoramento genético desenvolvido no setor de folhosas no Brasil pela UFSCar, sendo que outra variedade está em processo de deferimento atualmente.

 

A Lei de proteção de cultivares, sancionada em abril de 1997, objetiva fortalecer e padronizar os direitos de Propriedade Intelectual. De acordo com a legislação, cultivar é a variedade de qualquer gênero ou espécie vegetal, que seja distinguível de outras conhecidas por uma margem mínima de características descritas, pela denominação própria, homogeneidade, capacidade de se manter estável em gerações sucessivas, além de ser passível de utilização. A duração da proteção de uma cultivar vigora a partir da data de concessão do Certificado Provisório de Proteção, pelo prazo de 15 anos, com exceção das videiras, árvores frutíferas, árvores florestais e árvores ornamentais, inclusive, em cada caso, o seu porta-enxerto, para as quais a duração será de 18 anos.

 

Desde 2009, a universidade trabalha no desenvolvimento de tipologias inovadoras e diferenciadas de alfaces com atributos que respondem à tropicalização do país, já que considera variedades adaptadas às condições brasileiras de cultivo em temperaturas altas e sob alta pluviosidade. Neste caso, a inovação conta com parceria de empresa já responsável pelo desenvolvimento e pedido de proteção da cultivar e considera o uso preferencial da alface tipo crespa no Brasil como particularidade em relação à preferência da alfacicultura mundial, trazendo ao mercado uma variedade crespa inovadora.

 

O segmento de alface do tipo crespa corresponde a aproximadamente 60% do mercado brasileiro desta folhosa. Ambas cultivares são tropicalizadas e possuem resistência ao mildio, causado pelo fungo Bremia lactucae sendo a mais importante doença no cultivo de inverno. Nos amplos testes de validação comercial em todo país, as variedades obtiveram excelente comportamento comparado com cultivares comerciais. A boa aceitação delas pelos produtores rurais demonstram a potencialidade em conquistar parte do mercado nacional.

 

De acordo com o pesquisador da UFSCar, Fernando César Sala, receber o certificado de proteção é motivo de orgulho tendo em vista a referência da universidade como inovadora e por sua contribuição para o desenvolvimento do setor no Brasil. “O trabalho das alfaces nos traz destaque com o nosso programa de melhoramento genético. A nossa ideia é contribuir cada vez mais com o desenvolvimento da alfacicultura brasileira”, ressaltou.

 

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Novas variedades são desenvolvidas no campus Araras da UFSCar