Brasil e Reino Unido discutem fortalecimento da cooperação em ciência e tecnologia

Em reunião virtual, ministro Marcos Pontes e ministra Amanda Soloway trataram de possíveis parcerias em inteligência artificial, setor espacial e sequenciamento do coronavírus

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, e a ministra de Ciência, Pesquisa e Inovação do Reino Unido, Amanda Solloway, realizaram uma reunião virtual, nesta quinta-feira (20), para discutir a ampliação da cooperação científica e tecnológica entre os dois países. Durante o encontro, os ministros destacaram as possibilidades de trabalho conjunto nos setores de inteligência artificial, espacial e no sequenciamento de variantes do coronavírus.

“Temos uma forte cooperação há muito tempo e podemos melhorar ainda mais essa parceria em diferentes áreas e projetos”, destacou Marcos Pontes, que fez um resumo das iniciativas do MCTI em diferentes setores. Na área de tecnologia, ele citou a criação da Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial e o Plano Nacional de Internet das Coisas.

O ministro também reforçou o interesse em ampliar a cooperação bilateral na área espacial. Como iniciativas do ministério nesse setor, ele apontou o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro e o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, que vai permitir o lançamento de veículos espaciais não militares a partir do Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão.

Outra área de interesse para parceria com o Reino Unido é no sequenciamento e vigilância de novas variantes do coronavírus em circulação no Brasil. Esse trabalho vem sendo feito pela Rede Corona-Ômica, que faz parte da RedeVírus MCTI. “Temos uma grande rede de trabalho nessa área com a participação expressiva da comunidade científica do Brasil”, afirmou Marcos Pontes. Ele sugeriu a possibilidade de formar uma rede de trabalho permanente com cientistas dos dois países para futuras colaborações.

A ministra Amanda Solloway disse que a estratégia do Reino Unido para a área de ciência e tecnologia dá grande destaque para a inovação, incluindo a inteligência artificial, com apoio à pesquisa e investimentos em infraestrutura científica. “Reconhecemos o quanto isso é importante e crucial para o futuro não só do Reino Unido, mas de todo o mundo”, afirmou.

Amanda Solloway lembrou a criação, em fevereiro deste ano, da agência ARIA (Advanced Research and Invention Agency). A entidade será liderada por cientistas, que terão liberdade para identificar e apoiar iniciativas para transformar a pesquisa em produtos e serviços. A ministra também ponderou que o Reino Unido não tem muita experiência no desenvolvimento e produção de satélites, mas reconheceu a importância dos equipamentos para o desenvolvimento da comunicação global.

Comitê Conjunto

O encontro dos ministros abordou as negociações que estão sendo feitas entre o MCTI e a Embaixada Britânica para a 1ª Reunião do Comitê Conjunto Brasil-Reino Unido de CT&I, prevista para ocorrer em novembro próximo. Os dois países também discutem a elaboração de um Plano de Ação de Cooperação Científica e Tecnológica Brasil-Reino Unido para o período 2021-2025, que visa complementar e aprofundar a cooperação bilateral existente entre os governos, os cientistas e as instituições de pesquisa e financiamento dos dois países.

A reunião virtual também contou com a participação do embaixador do Brasil no Reino Unido, Fred Arruda, do secretário de Pesquisa e Formação Científica do MCTI, Marcelo Morales, e do secretário de Empreendedorismo e Inovação do MCTI, Paulo Alvim.

Fonte: Jornal da Ciência, 21/05/2021, com informações de MCTI