Composições inseticidas retiradas de sementes de abacate

DSC 0005 reduzidaCom a finalidade de utilizar extratos etanólicos do endocarpo de abacate (Persea americana) para o controle de insetos pragas da agricultura, silvicultura e urbana com menor impacto ao meio ambiente e ao ser humano, e com custos semelhantes ou inferiores aos utilizados atualmente, os pesquisadores João Batista Fernandes, Maria Fátima das Graças Fernandes da Silva, Moacir Rossi Forim e Paulo Cézar Vieira, do Departamento de Química da UFSCar, em parceria com José Djair Vendramim, da USP, Odair Corrêa Bueno, da Unesp, e os colaboradores Keylla Utherdyany Bicalho, Vanessa de Cássia Domingues, Angelina Maria Marcomini, Leandro do Prado Ribeiro, Mônica Silva Santos, Sheila Salles de Carvalho e Marcela Ceccato desenvolveram a patente de invenção Processo de obtenção do extrato etanólico das sementes com endocarpo de abacate, composições inseticidas e uso das mesmas.


As formulações contendo extratos do endocarpo de abacate foram desenvolvidas para aplicação como inseticida para os insetos em geral, com ênfase na Bemisia tabaci (mosca-branca), Diaphorina citri (psilídeo-dos-citros), Spodoptera frugiperda (lagarta-militar ou lagarta-do-cartucho-do-milho) e Atta sexdens rubropilosa (formiga-cortadeira), que constituem importantes pragas da agricultura brasileira.


A partir de informações obtidas em campo acerca da ação de extratos da semente do abacate em insetos e a disponibilidade de grandes quantidades destas sementes como descarte da indústria de processamento do abacate, os pesquisadores realizaram estudos visando aprimorar os extratos e formulações e obter inseticidas com custos adequados para sua aplicação. Estas formulações podem agir através de aplicação tópica e por ingestão dos insetos.


Levando cerca de dois anos para realizar as pesquisas a fim de alcançar as melhores condições de extração e frações ricas nos constituintes ativos do extrato com formulações específicas para cada inseto, o grupo de pesquisadores, que atua desde 2009 na obtenção de compostos e complexos para este fim específico, traz como resultado da patente, um produto que apresenta grande potencial para o combate de insetos e pragas urbanos na agricultura brasileira, representando um mercado aberto com perspectivas que interessem às empresas da área agrícola.


Segundo um dos inventores, João Batista Fernandes, os resultados da patente estão disponíveis para serem comercializados, devendo se determinar as formulações mais adequadas para as condições de campo e verificar a toxicidade ao ser humano – que demonstra ser inexistente, na visão do pesquisador, dada a origem de sementes de abacate. Ele indica que estas etapas devem ser realizadas em conjunto com empresas interessadas na aplicação da invenção a fim de disponibilizá-la para a sociedade.